sábado, 25 de agosto de 2007

Joana

Quando me perguntam, “O que queres fazer da vida?” a minha resposta é sempre a mesma, não sei. Gosto de fazer tantas coisas que se torna quase impossível escolher uma. Eu sou a Joana e a minha história é semelhante a muito jovens de hoje.
Sou filha única e sempre tive tudo o que quis. Como a minha mãe nunca mais pode engravidar depois de me ter, eu sempre fui olhada como um tesouro, não só pelos meus pais, como também pelos meus avós e tios. Pode-se dizer que fui muito mimada, até que decidi fazer a minha vida e passar a sustentar-me a mim própria sem a ajuda dos papás. Tirei uma licenciatura em Coimbra e depois disso tentei arranjar um emprego que me garantisse dinheiro ao fim do mês para poder pagar as minhas contas. Eu arrendo um quarto em Coimbra, tenho as minhas despesas e quero juntar dinheiro para comprar uma casa. É engraçado dividir casa com outras pessoas quando se estuda, mas quando queremos ter as nossas coisas, ter o nosso espaço, se nos apetecer andar nús pela casa podemos, etc. isso já se torna complicado. Já estou farta de dividir casa com outras pessoas, mas de momento as coisas têm de continuar assim.

Neste momento não sou esquisita no emprego, procuro qualquer coisa que me possa garantir o dinheiro para pagar as contas. Já tentei arranjar emprego na minha área mas isto está tão mau que nem aí. Mesmo mesmo uma licenciatura e uma média de 14 valores vale de alguma coisa.
Até agora só consegui arranjar trabalho num call center onde ganho uns euritos.
Isto não está fácil para ninguém e para ajudar ao filme que é a minha vida, o Filipe também andava mal de dinheiro. Tinha o carro para pagar e não tinha dinheiro suficiente. A bondosa da Joana, foi ao banco levantar as suas poucas poupanças que tinha para o ajudar. O Filipe é o meu namorado, trabalha como distribuidor de uma marca de bebidas. Ele é encantador mas é mais desorganizado que eu em assuntos de dinheiro.
Por mais que tente a minha vida parece que não dá a volta. Porque é que hoje em dia é tão complicada a vida de um jovem? Passamos anos a estudar, eu passei 20 anos, e depois a recompensa de tanto esforço e dinehiro investido é o desemprego ou então os empregos onde não necessitam de pessoas qualificadas e somos mal pagos.
Quem é que inventou a teoria de "um amor e uma cabana" ? Não vejo como é que isso é possivel. Amo o Filipe e eu sei que ele me ama a mim, mas não posso fazer nada se não tiver dinheiro. O nosso sonho é ir morar para a Madeira, mas quem é que vai arriscar ir para um local diferente sem trabalho fixo? Arriscar? Sim. Mas não tanto. Aqui em Coimbra sempre vou tentado remediar as coisas, com o trabalho que faço, mas se fosse para fora daqui como seria?
Porque é que não ganho o Euromilhões ou a lotaria? Ou então porque é que não existe algum euromilionário que decide investir no nosso pequeno Portugal que tem tantos desempregados?
A minha história não é parecida com a de laguem que conheces?

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Filipa

Olá o meu nome é Filipa tenho 25 anos e estou desempregada. Há uns meses que ando a sair com o João que tem mais de 30 anos.
A minha história deve ser semelhante a muitas outras.

Não cheguei a terminar o 12º ano porque achei que não valia a pena estar a ter tanto trabalho e porque entretanto arranjei um emprego que me permitia independência financeira o que me permitia sair de casa dos meus pais. Estive empregada mais de 5 anos mas por desavenças com a minha chefe fui despedida. Hoje em dia o meu sustento é o subsídio de desemprego. Estou à espera que o mês de Agosto acabe, para ver se arranjo emprego! Agora não quero qualquer emprego, quero um emprego das 9 às 5.

Voltando ao João, ele tem um trabalho durante o dia e à noite é DJ, e não sei o que temos um com o outro, ou pelo menos eu não sei. A nossa relação á complicada, eu não confio nele, tenho sempre receio que ele ande com outras mulheres. Não sei porque estamos juntos, será que é apenas uma atracção física? Será porque não quero estar sozinha? Aquilo que posso garantir é que quando nos encontramos ou quando ele dorme em minha casa, sinto-me bem, mas depois vem o dia seguinte, ele vai embora e eu fico sozinha, com dúvidas, com incertezas. Acabo por pensar, será que estou a ser estúpida? Será que não tenho jeito para relações? É que, verdade seja dita, as minhas relações foram todas rápidas e sem futuro. Namorei com o Eduardo 2 meses, também não confiava, era demasiado simpático com pessoas do sexo oposto. Depois namorei com o Rodrigo que de um dia para o outro me diz “já não gosto de ti, portanto é melhor cada um ir para o seu lado, mereces alguém melhor que eu” que desculpa estúpida mas foi a única que obtive da parte dele. Também namorei com o Mário que emigrou para o Canadá. O resto dos rapazes com quem andei foi relações fugazes.

Fiz muitas amizades onde trabalhei e conheci muita gente. A Susana era cliente habitual da loja onde trabalhava. Ainda hoje me pergunto como é que alguém compra tanta bijutaria, é que a Susana ia à loja quase todas as semanas. Hoje em dia somos amigas, normalmente encontro-me com ela para ir às compras ou quando me sinto mal e corro para casa dela. Esqueci-me de referir sou hipocondríaca e quando estou sozinha em casa, tenho a sensação que o meu coração está a bater mais depressa e que posso ter um ataque cardíaco. É então nessas alturas penso que será melhor ligar para alguém e como disse ligo à Susana.

Tenho ainda outras amigas com quem costumo sair e partilhar as amarguras da vida. Por exemplo a Irene, ela curte a vida ao máximo, e de vez em quando faz asneiras. Uma noite bebeu tanto que teve amnésia alcoólica e quando acordou estava à porta de uma pizzaria sem saber como lá tinha ido parar, até hoje não sabe o que aconteceu. A Rita é a amiga certinha, nunca sai, nunca faz nada de mal, quer manter-se virgem até ao casamento (como se isso hoje em dia ainda existisse). Depois temos a Ana, que mora sozinha, é independente, não quer saber de rapazes (só para nós, acho que ela deve ser lésbica, eu nem me dispo à frente dela porque sabe-se lá) e tem um emprego onde ganha muito bem, tem carro, telemóvel e computador tudo pago pela empresa, como diz o outro anuncio “ele há empregos muito bons”.

Tenho de referir para tenho um irmão e uma irmã, o Tomé e a Maria. O Tomé é casado e tem dois filhos e a Maria está na Alemanha a trabalhar.

Pois é, tenho uma vida recheada.

Porque?

Quem não tem uma boa historia para contar todos os dias? Eu tenho imensas historias para contar, mas tenho um grande problema, nunca sei por onde começar. Já tentei faze-lo tantas vezes mas acabo sempre por apaga-las? Porque? Não sei. Talvez porque ache que não se ninguem vai entender aquilo que escrevo, porque achei que ninguem vai achar interessante, porque acho que não vale a pena. Mas é desta que vou tentar e quem sabe se não descubro uma faceta em mim que desconheço, a de escritora.

Bem vindos

Bem vindos ao meu novo blog!!!!